Primeira norma sobre estruturas de bambu é publicada na ABNT
No dia 20 de dezembro de 2020 a Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) publicou a primeira norma nacional sobre Estruturas de Bambu, a NBR 16828. Dividida em 2 partes, a NBR 16828-1 versa sobre Projeto e traz itens que auxilia a análise e o dimensionamento de estruturas de bambu. Já a NBR 16828-2 versa sobre Propriedades físicas e mecânicas do bambu.
Já no escopo da NBR 16828-1, a ABNT deixa claro que a norma não se aplica às estruturas de bambu laminado e colado, nem àquelas em que o bambu faz parte de compósitos. Sismos, impactos e explosões também não são contemplados na verificação dos estados limites.
Com relação aos estados limites de serviço, o texto normativo cita deformações ou deflexões que afetam a aparência ou uso efetivo da estrutura e as vibrações que causam desconforto aos usuários o danos à construção. No entanto, do ponto de vista prático se omite com relação à verificação desses ELS e apresenta, apenas, valor limite de deslocamento que deve ser verificado nas vigas de bambu:
5.3.2 O valor-limite dos deslocamentos excessivos de vigas de bambu pode ser admitido igual a L/300, sendo L o vão do elemento estrutural.
5.3.3 A verificação do estado limite de serviço por deslocamento excessivo (flecha) é feita com a combinação quase permanente quase permanente de ações da ABNT NBR 8681.
A norma também traz importantes considerações sobre as propriedades geométricas do bambu. Ressalta, por exemplo, no item 5.5.2 que os colmos do bambu são analisados como tubos não perfeitamente retilínios, com espessura da parede variável e forma tronco-cônica (diâmetro diferente nas duas extremidades).
Para as verificações de flexão e flambagem, em elementos que tenham comprimento igual ou inferior a 65 vezes a média dos diâmetros médios externos, a norma permite tratar o trecho do elemento estrutural como tubular com espessura da parede igual ao valor médio.
Apesar da observação do parágrafo anterior, o texto normativo ressalta que a verificação da segurança nas ligações devem considerar as espessuras locais reais.
Já sobre as propriedades mecânicas que são consideradas em projeto, podemos listar:
resistência à compressão paralela às fibras (fc0);
resistência à tração paralela às fibras (ft0);
resistência ao cisalhamento paralela às fibras (fv0);
resistência à compressão do colmo perpendicular às fibras (f90);
resistência à flexão do colmo (fM0);
módulo de elasticidade à compressão paralela às fibras (Ec0);
módulo de elasticidade do colmo em flexão (EM0).
Como a resistência à compressão paralela às fibras é a propriedade mais fácil de ser obtida em laboratório, a norma apresenta uma tabela prática que permite correlacionar a fc0 com demais propriedades mecânicas.
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